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21 de out. de 2010

Carta aberta contra a falsa Imprensa em Teresópolis

* por Geizon Correa

Os jornalistas que em outras épocas eram perseguidos por falarem verdades que o povo desconhecia, hoje, livre, pagam pelos absurdos, bobagens, coisas sem o menor nexo e pudor expondo vidas alheias, como se expõe animais de feira.
O caso que chamou atenção de toda a cidade e região serrana e metropolitana do Rio de Janeiro aconteceu com a vendedora da Michele Granito. Padeceu, pois estava trabalhando em uma loja do interior onde quatro homens entraram na loja e anunciaram assalto, colocando instantaneamente uma arma de fogo em seu pescoço. No susto Michele se virou quando foi alvejada fatalmente por uma bala de calibre 38.
Na mesma noite, juntamente com minha família liguei a TV em um canal, onde vi seu corpo exposto, sem nenhum corte ou efeito de imagem, mostrando coisas absurdas como vi. Tinha massa encefálica em detalhe, puxando no zoom. Absurdamente o corpo da menina estava exposto fizeram o pior. E não é a primeira vez que acontece isso.
Conversando sobre o caso na rua, interroguei um parente de uma pessoa indiciada do crime de latrocínio. Essa pessoa me informou que: “meu parente nem acusado foi, apenas estava no local errado com a pessoa errada. Não defendo por que é meu parente, defendo por que é um ser humano, está preso e nada até agora provou que é culpado!” exclamou com os olhos marejados.
Michele era uma menina correta, trabalhadora, tive a oportunidade de acompanhar o velório. Conversando com o marido da vítima pude constatar a tristeza em seu olhar. Pessoas que não a conheciam, chegavam a todo instante para tentar descobrir por que uma menina de apenas 23 anos foi morta com tal covardia e brutalidade. O marido da vítima desconsolado chorava copiosamente por cima de seu corpo, com a camisa do time que tanto amou o Botafogo.
Nunca neguei que para ser um bom Jornalista a pessoa precisasse, obrigatoriamente, de um diploma do curso superior. Sempre trabalhando em área policial, pude aprender muito com a vida. Entrevistar traficantes, ladrões, estupradores sem a menor cautela pode causar para a família dos mesmos e muito menos as famílias das vítimas, pois todos sabem que isso pode causar DANOS.
Este apresentador que sempre fez este tipo de programa, voltado para o absurdo, critica seus críticos e nem procura saber da família das vítimas se precisa de algo. No momento ele é vereador e ocupa um cargo público. Conseguiu com isso o carisma e admiração de muitos, mas também a raiva de quem depende da profissão para ganhar o suado dinheiro. No momento, ele que também é repórter, não tem uma assessoria de comunicação, coisa que nenhum vereador tem.
Aliás, a Câmara Legislativa de Teresópolis possuiu há tempos atrás um assessor que nem o diploma de comunicação social obtinha em suas mãos. O que indignou mais a classe de jornalistas que o mesmo ao invés de fazer uso do bom salário que ganhava foi se apresentar no programa Ídolos da TV Record, na cidade do Rio de Janeiro.
Centenas de pessoas nas ruas me perguntaram: “e aí, o que achou da matéria chocante mostrada na TV, sobre o caso onde a menina, grávida, tomou um tiro na cabeça”? Simplesmente disse que a responsabilidade e a civilidade deve sempre andar do lado de um jornalista.
Processos? Já tive de comparecer inúmeras vezes e quantas vezes que for citado não fugirei. Mas como testemunha, o que exatamente é o papel de um jornalista, ser testemunha dos fatos e aos leitores, ouvintes ou telespectadores repassá-los. O simples fato de ter um “colega” que não respeite nem a dor de um ser humano é triste.
Conversando com os pais e amigos de Michele, a razão deu lugar a um choro incontido. Eu e o pai de Michele choramos muito. Eu coloquei-me a disposição para o que fosse necessário em nome da imprensa teresopolitana. A mãe desconsolada me agradeceu. Chorando eu voltei, ou pelo menos tentei voltar ao meu cotidiano. Foi difícil, tanto para a família e amigos, tanto para a Imprensa séria. Para outros foi apenas estatística.
Lamentamos a morte de mais uma pessoa inocente, mas também parabenizamos a os Polícias Militares do 30º Batalhão comandados pelo Tenente Coronel Julio Cesar Mafia, que foram rápidos em fechar as principais entradas e saídas da cidade, mesmo com um tropa que apesar das falhas em número de contingente, foi brilhante conseguindo prender os acusados de participar do latrocínio.
A Carta é aberta. Não colocarei fotos, imagens, pois o texto diz por si só. Espero que a Justiça seja feita. Esperamos uma resposta URGENTE do dono da concessionária RCA TV que parece que está nem aí para nada (em meu entender é tão culpado quanto a TV que mostrou, pois nenhuma atitude até agora foi vista). Esperamos que daqui para frente não vejamos mais este triste episódio de tristeza e dor.

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